Em nossos dias é muito comum ver
figuras de Cristo nas igrejas e nas casas. Imagens do Salvador são comumente
encontradas em vitrais, entradas de igrejas, salas de aula de escolas cristãs,
salas de visita, capas de livros, programas carismáticos de televisão,
publicidades de igrejas, Bíblias de família e na parede por trás do púlpito. A
grande maioria das livrarias cristãs vende uma larga variedade de figuras de
Jesus. Há de tudo: do efeminado Messias do norte da Europa à grotescamente
musculosa interpretação de Jesus do tipo-Hulk. Mesmo em igrejas reformadas (que
devem saber melhor) ilustrações do servo sofredor são bastante comuns nos
materiais da escola dominical. As representações do Filho de Deus violam as
Escrituras ou essas figuras são meramente obras de arte perfeitamente
aceitáveis contanto que não sejam adoradas ou usadas como um auxílio à
adoração? Tenha em mente que igrejas protestantes vis que usam ilustrações de
Cristo insistem que as figuras não são usadas no culto religioso de forma
alguma. Elas no máximo (dizem-nos) são meramente representações artísticas
usadas para propósitos educacionais.
Enquanto muitas pessoas que usam
figuras de Jesus são muito sinceras e não se dobram a essas imagens, contudo o
uso dessas imagens é contrário à lei e pecaminoso. Há muitas razões pelas quais
o uso das figuras de Cristo é contra as Escrituras.
I) Primeiro, o uso das
figuras de nosso Senhor é uma violação do segundo mandamento. Esse mandamento
diz: “Não farás para ti imagem de
escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na
terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto;
porque eu sou o Senhor teu Deus, Deus zeloso que visito a iniqüidade dos pais
nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem, e faço
misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus
mandamentos” (Ex 20:4-6).
Esse mandamento proíbe uma fileira de
ídolos ou imagens de Deus ou qualquer imagem de qualquer coisa criada. Ele
também proíbe o uso de imagens como auxílio ao culto ou devoção. Os papistas,
por exemplo, diriam que eles não adoram um crucifixo ou estátua de Cristo, mas
que tais imagens são auxílios ou meios através dos quais se adora o Filho de
Deus. “Os romanistas fazem imagens de Deus o Pai, pintam-no nas janelas de suas
igrejas como um velho; e uma imagem de Cristo no crucifixo; e, porque isto é
contra a letra deste mandamento, eles sacrilegamente apagam-no de seu catecismo,
e dividem o décimo mandamento em dois”.[i]
Protestantes modernos que usam figuras
de Jesus ressaltam que diferentes dos romanistas, ortodoxos orientais e
anglicanos da alta igreja não se dobram diante nem adoram figuras do Senhor.
Eles argumentam que suas ilustrações são puramente educacionais, ou artísticas,
ou um objeto para memória histórica. Além disso, é observado que figuras de
pessoas, cenas históricas, figuras famosas e animais são universalmente aceitas
como permissíveis entre os protestantes contanto que não se dobre os joelhos
diante dessas coisas, nem se lhes preste adoração, nem se lhes sirva. Portanto,
ter uma ilustração de Jesus não é diferente de ter uma ilustração de Abraão
Lincoln ou de um amigo íntimo. Embora este argumento típico faça sentido para
muitas pessoas, é preciso que seja enfaticamente rejeitado pelas seguintes
razões:
(1) Jesus não é
como Abraão Lincoln ou qualquer outra pessoa, porque Ele é tanto Deus quanto
homem em uma pessoa. Por isso, qualquer imagem de nosso Senhor seria automaticamente
de natureza religiosa ou devocional. Sendo assim, isso cairia imediatamente sob
o perímetro bíblico do princípio regulador do culto. Em outras palavras, uma
ilustração do Salvador não pode ser considerada como um item que pertença à
esfera de coisas indiferentes (adiaphora). Se os crentes devem usar
figuras do Senhor, eles precisam encontrar autorização divina da palavra de
Deus para seu uso.
Há autorização divina para
representações pictóricas do Messias? Não, não há. Não há nenhum mandamento para
que se faça figuras de nosso Senhor. De fato, tais figuras claramente violam o
segundo mandamento, pois uma verdadeira figura de Jesus deveria evocar adoração
no crente. Se uma representação pictórica traz pensamentos de amor, devoção, e
louvor ao Filho de Deus, então obviamente ela é um auxílio ou meio de adoração
mesmo que as pessoas não estejam dobrando-se diante da figura.
(2) A Palavra de
Deus não dá aos crentes informação suficiente para que se faça uma
representação fiel da aparência física de Cristo. Isaías nos diz que, com
respeito à aparência exterior do Salvador, não há nada de beleza que seja
deleitável aos olhos (ver 53:2). No livro de Apocalipse há uma descrição
apocalíptica do Senhor exaltado (por exemplo: Ap 1:13-17) e o Salvador como um
Cordeiro que tinha sido morto (Ap 4:6). Contudo, nenhum erudito competente
consideraria essas declarações apocalípticas como descrições literais de
Cristo. Elas são visões proféticas vívidas que tem a intenção de ensinar à
igreja uma rica teologia concernente ao nosso Senhor e Sua obra. Os apóstolos,
que passaram três anos com Jesus, que sabiam exatamente como era sua face
humana, que tinham uma forte lembrança de Sua pessoa e obra, poderiam ter
trabalhado com artistas para deixarem à Igreja um retrato acurado do Messias.
Todavia, eles se recusaram a deixar à Igreja tal retrato. Por isso, é óbvio que
Deus não sanciona retratos de Seu Filho.
II) Segundo,
como nenhuma ilustração acurada de Cristo pode ser produzida por homem, todas
as figuras do Salvador são representações falsas do Filho de Deus. Mas
(conforme alguns podem objetar), se é permitido fazer representações de
batalhas famosas e mesmo dos apóstolos, por que é errado fazer o mesmo com o
Messias? Mais uma vez devemos lembrar que Jesus é totalmente único. Embora ele
tenha um real corpo humano e alma (1 Jo 1:1-4), “todavia sua natureza humana
subsiste em sua pessoa divina, que nenhuma figura pode representar (Sl 45:2)”.[ii]
O Filho de Deus é diferente porque Ele
somente é o supremo objeto de nossa fé. Isso significa que tudo o que devemos
crer acerca dEle precisa vir unicamente de revelação divina. “Tudo o que não provém de fé é pecado”
(Rm 14:23). Qualquer figura do Senhor que seja baseada na imaginação do homem é
culto da vontade, pois estabelece uma invenção humana no lugar ou junto com os
dados bíblicos concernentes a Cristo. Quando a fé é dirigida a fantasias
humanas em lugar ou junto da fé na revelação divina, a religião bíblica é
degradada com humanismo.
Como é possível Jesus, que é “o caminho, a verdade e a vida” (Jo
14:6), ou o Santo Espírito, que é “o
Espírito da verdade” (Jo 16:13), ser honrado ou se agradar com fantasias
humanas a respeito do Filho? O fato de que nosso Senhor é Deus e homem em uma
pessoa torna todas as representações humanas do Filho totalmente inapropriadas
e até abomináveis. Fazer uma versão, uma falsificação ou versão falsa do
Messias é ainda mais ímpio do que fazer uma versão falsa da Bíblia. Além disso,
o que pensaria algum dos apóstolos sobre as muitas imagens pervertidas do Salvador
que são comuns hoje (ex: o Jesus efeminado louro de olhos azuis, o Jesus “black
power”, o Jesus “hippie” hollywoodiano, o Jesus do cinema evangélico, o Jesus
musculoso das livrarias)? Pedro e João ficariam totalmente chocados com tal
lixo irreverente, desrespeitoso, não-bíblico, humanístico, blasfemo. E mais,
como os artistas não podem formar uma representação fiel da aparência física do
Salvador, suas interpretações do Senhor são inevitavelmente influenciadas por
sua teologia e visão de mundo. Muito das pinturas populares, gravuras e
desenhos que são vistos em livros e Bíblias familiares hoje são produtos do
liberalismo do século dezenove, feminismo “cristão”, arminianismo e formas
pietistas de antinomismo. Esses falsos sistemas teológicos apresentam uma
figura distorcida, de um lado só, de nosso Senhor. Ele geralmente é apresentado
como o Jesus gentil, o manso e humilde professor que enfatizou o amor e a
paternidade de Deus; que era um amigável professor de ética; que nunca se
tornou irado contra pecadores ou pregou sobre o pecado, julgamento ou ira por
vir. J. G. Vos escreve: “Talvez mais
pessoas vivas hoje tenham derivado suas idéias do Jesus Cristo dessas figuras
tipicamente “liberais” do que derivado suas idéias do Jesus da própria Bíblia.
Tais pessoas inevitavelmente pensam mais de Jesus como uma pessoa humana, do
que pensam dEle de acordo com o ensino bíblico como uma pessoa divina com uma
natureza humana. O efeito inevitável da aceitação popular de figuras de Jesus é
superenfatizar sua humanidade e esquecer ou negligenciar sua deidade (o que, é
evidente, nenhuma figura pode retratar)”.[iii]
Da mesma forma, figuras de nosso
Senhor perpetuam a falsa doutrina pré-milenista de que o Messias não está
presentemente reinando como Rei à direita de Deus. Muitos evangélicos crêem que
o Senhor não governa realmente sobre a terra até a segunda vinda.
Teologicamente, eles vêem Jesus da mesma maneira como Ele era em seu estado de
humilhação. O apóstolo Paulo rejeita tal pensamento. Ele diz: “...se antes conhecemos Cristo segundo a
carne, já agora não o conhecemos deste modo” (2 Co 5:16). Nós vivemos na
era pós-ressurreição. O Messias não é mais o servo sofredor manso e submisso.
Agora Ele é o cavaleiro montado no cavalo branco, o rei vitorioso, que está
glorificado, que tem todo o poder no céu e na terra (Mt 28:19). A Bíblia
inteira e nada além da Bíblia deve informar nossa compreensão de Cristo. Todo
aspecto de sua pessoa e obra é objeto de nossa fé. Qualquer coisa que coloque
uma invenção humana, fantasiosa, ou uma falsa imagem de nosso Senhor diante de
nossos olhos ou dentro de nossas mentes não fortalece a fé bíblica, mas a
corrompe e a degrada. Se você quer ver o Salvador, então estude, medite e
memorize as Escrituras, pois ali dentro o Messias é revelado em toda a sua
glória. Dunham escreve: “Não é legítimo ter figuras de Jesus Cristo ... porque,
se isso não suscitar devoção, é em vão, se suscitar devoção, é uma adoração
através de uma imagem ou figura, e assim uma quebra palpável do segundo
mandamento”. [iv]
III) Terceiro,
todas as figuras do Salvador implicitamente promovem a antiga heresia de
Nestorius, que separou as duas naturezas de Cristo: a humana da divina.[v]
Quando os apóstolos olhavam para Jesus eles contemplavam o Deus-homem. Dessa
forma o apóstolo João podia escrever: “E
o verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos
a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (Jo 1:14). Junto com o fato
de que figuras do Filho de Deus são impressões falsas, elas também não podem
retratar a natureza divina do Messias. Portanto, elas não apenas retratam-no
infinitamente menos do que Ele era, é e será; mas também o depreciam de Sua
glória divina. Elas implicitamente ensinam uma falsa teologia de Cristo. Esta
observação é uma das razões primárias porque a igreja primitiva condenou
figuras de Jesus. Um conselho maior em Constantinopla (A.D. 754) decretou:
Se alguém
dividir a natureza humana, unida à Pessoa de Deus o Verbo, e tendo isso apenas
na imaginação de sua mente, por isso tentar pintar o mesmo em uma imagem, que
seja considerado maldito. Se alguém dividir Cristo, que é apenas um, em duas
pessoas, colocando em um lado o Filho de Deus, e do outro lado o filho de
Maria, não confessando a união contínua que há, e por essa razão pintar em uma
imagem do filho de Maria como subsistindo por si mesmo, que seja maldito. Se
alguém pintar em uma imagem a natureza humana, que é deificada através da
unidade com Deus o Verbo, separando por assim dizer a Deidade assunta e
deificada, que seja maldito.
Com
relação a esse conselho Philip Schaff escreve: “O conselho, apelando para o
segundo mandamento e outras passagens das Escrituras denunciando idolatria (Rm
1:23,25; Jo 4:24), e para opiniões dos Pais (Epifânio, Eusébio, Gregório
Nazianzeno, Crisóstomo, etc.), condenou e proibiu o culto público e privado de
imagens sacras sob pena de destituição e excomunhão ... Isso denunciou todas as
representações religiosas de pintores e escultores como presunçosas, pagãs e
idólatras. Aqueles que fazem pinturas do Salvador, que é tanto Deus quanto
homem em uma pessoa inseparável, ou limita a incompreensível Deidade aos
limites da carne criada, ou confunde suas duas naturezas como Êutico, ou
separa-as como Nestório, ou nega sua Deidade como Ário; e aqueles que adoram tal
figura são culpados da mesma heresia e blasfêmia.”[vi]
Figuras de Cristo são mentiras da
imaginação que pervertem e degradam a doutrina escriturística de nosso Senhor.
Nós devemos lembrar nosso precioso Salvador não através de fantasias
artísticas grosseiras, mas através da celebração da Ceia do Senhor, fazendo uso
dos meios de graça e meditando nas Escrituras. Paulo diz que “a fé vem pela pregação, e a pregação, pela
palavra de Cristo” (Rm 10:17). Jesus nos diz que a santificação vem pelos
meios da Palavra de Deus. “Santifica-os
na verdade. A tua palavra é a verdade” (Jo 17:17). Impressões artísticas do
Filho de Deus podem excitar as emoções. Elas podem trazer lágrimas aos olhos ou
alegria ao coração. Mas, porque são produtos da imaginação da mente do homem, elas
não podem santificar ou aumentar nossa fé. Deveras, como violações não
ordenadas do ensino expresso da Bíblia elas são destrutivas da fé e
santificação. “Filhinhos, guardai-vos dos
ídolos” (1 Jo 5:21).
Figuras de nosso Senhor não podem
santificar porque: (a) elas fluem da imaginação do artista e por isso são
ficção; e, b) elas pervertem o ensino bíblico sobre o Salvador teocêntrico ao
lhe roubarem sua glória, separarem as duas naturezas – a divina da humana. Este
fato tem importantes implicações para aqueles que querem reter figuras com
propósitos educacionais (ex: material para escola dominical de crianças).
Àqueles que são a favor do uso de figuras do Filho de Deus com propósitos
educacionais nós fazemos as seguintes perguntas: Como você pode ensinar a
verdade estabelecendo uma mentira (i.e, uma fantasia humana, uma representação
fictícia) aos olhos das crianças? Quantas crianças crescem com a imagem de um
Messias de olhos azuis, efeminado, cabelos longos, hippie frágil, por causa da
ignorância e incompetência de professores da escola dominical? Como você espera
que crianças sejam santificadas por algo que não tem nenhuma base na Escritura
e, portanto, é uma invenção da mente humana? (Tenha em mente que a Bíblia não
dá nenhuma descrição física de nosso Senhor a não ser algumas passagens que não
podem de forma alguma ser representada por um artista – ex: Mt 17:2; Ap 1:13
ss) Paulo diz que filosofias humanas e regras autônomas não têm nenhum valor
contra a indulgência da carne (Cl 2:8, 21-23). Figuras de Jesus para uso
educacional ou devocional são invenções do homem que não tem nenhuma base na
Escritura e por isso são tradições humanas que caem sob a condenação de Deus.
IV)
Quarto, tanto a
Bíblia quanto a história da igreja ensinam que imagens religiosas inventadas
pelo homem para uso educacional ou devocional são ciladas do maligno que
corrompem o povo de Deus com idolatria e declínio. Por causa de nossa natureza
pecaminosa o coração do homem é com freqüência fácil e lamentavelmente
conduzido a formas corruptas e sensoriais de culto. Em 2 Reis 18:4 nós lemos
que o piedoso rei Ezequias quebrou em pedaços a serpente de bronze que Moisés
tinha feito, porque o povo de Israel lhe estava queimando incenso. A serpente
de bronze (diferente das ilustrações de Cristo) era uma imagem legítima, pois
fora ordenada por Deus. Todavia, assim que ela se tornou um objeto de devoção
religiosa Jeová quis que ela fosse destruída como um item de superstição e
idolatria.
Na igreja antiga, figuras eram feitas
para honrar os santos, a virgem Maria e Jesus. Essa prática levou a toda sorte
de superstições, práticas idólatras corruptas: oração a santos mortos;
preservação e adoração de relíquias; dias santos; peregrinações; vestimentas em
estátuas com diferentes roupas para diferentes dias santos; procissão com
estátuas e figuras em honra dos santos, da virgem Maria e Cristo; catedrais
construídas para honrar as relíquias dos santos mortos e assim por diante. Não
há nenhuma dúvida de que muitas das pobres almas iludidas que levaram a igreja
a adentrar nos escuros passos do romanismo eram sinceras. Elas provavelmente
eram muito piedosas e tinham o melhor dos motivos. Mas seu amor à invenção
humana, seus acréscimos ao culto que Deus autorizou levaram à explosão total da
condenável religião do papismo. “Mas, dizem os papistas, imagens são os livros
do leigo, e eles são bons para fazer com que Deus se lembre deles. Um dos
Concílios do Papa afirmou que nós podemos aprender mais por uma imagem do que
por um longo estudo das Escrituras ... Pois, para os papistas, dizer que eles
fazem uso de uma imagem para fazer com que Deus se lembre deles é como se uma
mulher dissesse que ela procura companhia de outro homem para ser lembrada por
seu marido.”[vii]
Para os protestantes modernos ignorar
o ensino claro da Escritura e história como se fossem imunes aos perigos da
superstição e idolatria é arrogante, tolo e mortal. A igreja do Papa não se
tornou numa monstruosidade demoníaca, agora isso está muito perto. Mas, como
Paulo advertiu, “um pouco de fermento leveda
a massa toda” (1 Co 5:6). A prática comum preferida hoje (mesmo em Igrejas Presbiterianas
conservadoras) do uso de figuras de Jesus em materiais educacionais (ex:
livros, vídeos, materiais de escola dominical) viola o segundo mandamento,
ensina uma falsa doutrina do Messias, corrompe o culto de Deus, é
insolentemente desrespeitosa para com a segunda pessoa da trindade e por isso
deveria ser odiada e evitada por todo cristão crente na Bíblia. Os patriarcas
da linha calvinista da Reforma escrupulosamente abstiveram-se, como questão de
princípio, do uso de figuras de Cristo. Observe as palavras de John Knox em
“Book of Disciple, Third Head” (Livro do Discípulo, Terceira Parte) (1560):
“Que os digníssimos sejam seguramente persuadidos de que a ira de Deus virá não
apenas sobre o cego e obstinado idólatra, mas também sobre o que tolera a mesma
negligência; especialmente se Deus armou suas mãos com poder para suprimir tais
abominações. Por idolatria nós entendemos a missa, invocação de santos,
adoração de imagens e preservação e conservação das mesmas; e, finalmente, toda
a honra a Deus não contida em sua santa Palavra”.
Que nós façamos da mesma maneira e
voltemos à estrita aderência conscienciosa ao segundo mandamento como era a
postura de nossos pais espirituais. O fato de que figuras de Cristo são
largamente usadas entre cristãos professos em nossos dias não torna isso
correto. Isso infelizmente é outro sinal da larga difusão do declínio e
apostasia entre muitas igrejas modernas. Possa Deus nos capacitar para
adorarmos nosso precioso Salvador somente na maneira autorizada por sua
infalível Palavra.
Brian Schwertley é pastor presbiteriano na América do Norte (Reformed Presbyterian Church of the United States).
[i] Thomas Watson, The Tem Commandments (Os Dez
Mandamentos) (Carlisle, Pa: Banner of Truth, 1965 [1692, 1890]), 61.
[ii] Fisher’s
Catechism, de Q&A #51, resposta à subquestão #9.
[iii] Johannes G. Vos, The Westminster Larger Catechism:
A Commentary (O Catecismo Maior de Westminster: Um Comentário)
(Phillipsburg, NJ: Presbyterian and Reformed, 2002), 292.
[iv] James Durham, The
Law Unsealed: or, A Practical Exposition of the Ten Commandments (A Lei
Aberta ou Uma Exposição Prática dos Dez Mandamentos).
[v] “E se for dito
que a alma do homem não pode ser pintada, mas seu corpo pode, e todavia essa
figura representa um homem; eu respondo: isso acontece porque eles tem apenas
uma natureza, e aquilo que o representa, representa a pessoa; mas não é assim
com Cristo: sua divindade não é uma parte distinta da natureza humana, como a
alma do homem é (o que é necessariamente suposto em todo homem vivo), mas uma
natureza distinta, apenas unidade com a humanidade nessa única pessoa, Cristo,
que não tem nenhum semelhante; por isso o que o representa não deve representar
um homem somente, mas deve representar Cristo, Emanuel, Deus-homem, de outra
forma não é sua imagem. Além do mais, não há nenhuma autorização para
representá-lo em sua humanidade; nem nenhuma vívida possibilidade disso, mas
como imaginação do homem; e deve isto ser chamado de retrato de Cristo? Seria
chamado retrato de qualquer outro homem se fosse desenhado ao bel-prazer dos
homens, sem considerar o modelo? De novo, não serve para nada; pois essa imagem
ou deveria ter opiniões comuns com outras imagens, e isso ofenderia Cristo, ou
ter um respeito peculiar de reverência, e isso é pecar contra o mandamento que
proíbe toda reverência religiosa a imagens, mas sendo Ele Deus e, portanto, o
objeto da adoração, nós temos que ou dividir suas naturezas, ou dizer que essa
imagem ou figura não representa a Cristo. De Law Unsealed: or, A Pratical Exposition of the Tem Commandments.
[vi] Phillip Schaff, History of the Christian Church
(História da Igreja Cristã) (Grand Rapids: Eerdmans, 1987 [1910], 4:457-458
[vii] Thomas Watson,
The Tem Commandments (Os Dez Mandamentos), 61.
muito boa a posição de Bryan, mas será que a proibição do 2°mandamento de imagens é uma proibição absoluta contra a arte? Acredito que não, pois no cap 31 de Exodo Deus separa homens dando-lhes abilidades para decorar o tabernáculo. O templo de salomão era cheio de decorações (imagens de querubins). Penso que quando Deus proibe a produção de imagens, isso se aplica ao uso no culto. Imagens serem fabricadas com o objetivos de serem cultuadas. A imagem de Deus em sua essencia que é espirito é proibida, pois ninguem o viu e ele proibe. A imagem da segunda pessoa da trindade na forma de homem com fins didáticos não vejo problemas. Cresci com tais imagens e nunca me iludi achando que elas eram divinas e que devem ser adoradas.
ResponderExcluirCaro anônimo, se os argumentos bíblicos expostos pelo Pr. Bryan não foram suficientes, o que nos resta dizer? Apenas recomendamos que os argumentos contrários, semelhantemente, sejam teologicamente comprovados. Quanto ao uso artístico de representações humanas, não temos nada contra, por exemplo, o Muro dos Reformadores (escultor Paul Landowski), ou mesmo Mona Lisa (ou La Gioconda), obra de arte do italiano Leonardo da Vinci.
ResponderExcluirSou o caro anônonimo, E na realidade estava com duvidas. li e re-li o artigo de Bryan. Com toda certeza ele está com a razão.
ResponderExcluirpois é, caro anônimo... o fato de certas atitudes não chegarem a nos influenciar (como vc citou o seu exemplo),não quer dizer que estas certas atitudes não sejam pecado. Se não estiver em conformidade com a PALAVRA, é pecado. O nosso achismo é relativo, a PALAVRA DE DEUS é absoluta... PAZ!
ResponderExcluirFoi uma bela exposição de Bryan, também não podemos esquecer que o nosso DEUS gosta da arte e deu ao homem estes dons e talentos, deste que sejam usados com sabedoria e dentro da palavra de DEUS. Concordo não devemos fazer imagens,esculturas de DEUS e nunca de pessoas.Quanto as ilustrações da epoca de Jesus e da imagem de um semelhante a Jesus naquela epoca é figurativo no sentido pedagogico figuratio apenas para ilustrar o momento, o fato ou as passagens.
ResponderExcluirAconselhamos reler o artigo, em especial procure entender este comentário do Brian: "Há autorização divina para representações pictóricas do Messias? Não, não há. Não há nenhum mandamento para que se faça figuras de nosso Senhor. De fato, tais figuras claramente violam o segundo mandamento, pois uma verdadeira figura de Jesus deveria evocar adoração no crente. Se uma representação pictórica traz pensamentos de amor, devoção, e louvor ao Filho de Deus, então obviamente ela é um auxílio ou meio de adoração mesmo que as pessoas não estejam dobrando-se diante da figura."
ResponderExcluirpodemos aplicar estes mesmo princípio a imagens da Cruz??
ResponderExcluirOlá Weliton. Em breve publicaremos um artigo sobre essa questão. Esteja atento!
ResponderExcluirEm nenhum momento o artigo fale de arte ou é contrário a ela. O artigo condena de forma bastante sólida a representação do filho de Deus por meio de qual quer imagem seja pra qualquer fim.
ResponderExcluirMas eu gostaria de uma ajuda dos caros Puritanos.
Como posso da melhor forma ensinar meu filho de 10 meses sobre o Cristo sem recorrer a bíblias infantis que são recheadas de figuras? É de fato uma solicitação de uma orientação.
Desde já agradecido.
Ricardo.
Bom dia, Ricardo! Respondendo à sua indagação, diríamos que você deve começar a ensinar ao seu filho de 10 meses da mesma forma em que as crianças da Velha e da Nova Alianças eram ensinadas, ou seja, utilizar o recurso da palavra. Este foi e sempre será o método de Deus, tanto na criação — "Haja luz" (Gn 1:3), quanto na redenção — "a fé vem pela pregação" (Rm 10:17). Lembre-se, Jesus foi ensinado dessa forma (Lc 2:51-52), Timóteo também (2 Tm 3:15), e, assim tantos outros. Por último, Dt 6:6-7 talvez seja suficiente: "Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; 7 tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te." Obviamente, com 10 meses certamente não terá a compreensão de uma criança de maior idade, nem com palavras, muito menos com ilustrações, pois tudo isso é um processo, e leva tempo, porém o SENHOR trabalhará no coração do seu filho de tal maneira que "da boca de pequeninos e crianças de peito" Ele tirará o "perfeito louvor". Que o SENHOR o oriente e lhe dê graça na criação e educação do seu filho.
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