por Dr. W. Wilson Benton, Jr.
Com
uma introdução por: Dr. Rod
Mays
INTRODUÇÃO
Houve
um tempo em que a teologia, o estudo de Deus e Sua Palavra, era um campo de
estudo respeitado e reverenciado. A teologia era vista como um solucionador de
problemas, como a resposta às questões mais profundas, e não apenas um tópico
para debates. Era uma época em que a cultura prevalecente refletia uma postura
muito mais vertical (Deus – Homem) do que horizontal (Homem – Homem). Hoje, os
mesmos problemas continuam, as mesmas questões ainda são apresentadas, mas a
teologia não é mais vista como fonte para as respostas. Recorre-se a tudo que
seja, e onde quer que seja – exceto à Deus, para responder: Quem está no
comando? Por que isto ou aquilo aconteceu, e como se explicar? Pode qualquer um
ser um Cristão, bastando para isso apenas querer? Por que eu devo me levantar
de manhã? A teologia nos dá respostas a tais perguntas, e muito mais.
Uma
resposta definitiva a todas as questões acima, e as muitas outras que nos
mantêm acordados na madrugada, incluem palavras e conceitos tais como
predestinação e eleição. Para aceitarmos esses conceitos, os quais reconhecem a
soberania de Deus sobre Sua Criação, nosso modo de raciocinar precisa ser
revisto e retificado. O pensamento corrente, e a sabedoria convencional são
dominados pelo empirismo (experiência) e racionalismo (pensamento), ao invés da
revelação bíblica. Tudo o que Você Gostaria de Saber Sobre Predestinação, mas Tem Receio
de Perguntar nos faz lembrar que as Escrituras de fato nos ensinam as
doutrinas da predestinação e eleição. Wilson Benton, como um comunicador
dotado, explica o mistério, o significado e a mecânica desta verdade, bem como
as idéias equivocadas que a cercam. Seu escrito supre muito mais do que o
proverbial “raso e extenso” sumário de um assunto complexo. Ele não escreveu
uma verdade resumida com o intuito de torná-la boa ao paladar de um número
máximo de pessoas, mas o máximo de verdade para todos aqueles que desejam
ouvir.
Nestas
poucas páginas, Dr. Benton nos responde algumas de nossas mais constrangedoras
questões, mas sem se afastar da doutrina básica da Palavra, de que Deus está no
comando. Deus está operando em Seu mundo, Salvando um povo para Ele mesmo,
declarando que todos aqueles que clamarem pelo nome do Senhor, serão salvos.
Acreditando nesta verdade nós compreendemos a razão de termos que nos levantar
de manhã. A Confissão de Fé de Westminster nos lembra que “o grande
mistério da predestinação deve ser abordado com especial cuidado e prudência”.
Dr. Benton trata desta doutrina de tal modo que, quando o leitor digere a
última sentença ele tem louvor, reverência e admiração por Deus.
Para
esta época, em que a cultura é orientada por um modo de pensar tipo “mente –
aberta”, “igualdade – de – oportunidade”, “sentimental”, “experimental”, este
tratado deverá “balançar”. Possam os “dissidentes” e “auto-suficientes” da
teologia, serem libertados de seus cativeiros intelectuais. Possam os cristãos
fracos, inseguros e vacilantes serem fortalecidos na medida em que lêem essas
linhas.
A
verdade sobre a predestinação é de fazer perder o fôlego! Ao mesmo tempo que
oferece fôlego novo, ar fresco para almas cansadas. O trabalho de Dr. Benton
nos aponta para a reivindicação da verdade do Evangelho. Ele deve causar em nós
o retorno a um modo de pensar Teocêntrico. Leia, pense, aprenda, e aplique,
pois é a verdade!
Efésios 1:1-1
“Paulo,
apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus, aos santos que vivem em Éfeso e
fiéis em Cristo Jesus: Graça a vós outros e paz da parte de Deus, nosso Pai, e
do Senhor Jesus Cristo. Bendito o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que
nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em
Cristo, assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos
santos e irrepreensíveis perante Ele; e em amor nos predestinou para Ele, para
a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua
vontade, para louvor da glória de sua graça, que Ele nos concedeu gratuitamente
no Amado, no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados,
segundo a riqueza da sua graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós em
toda a sabedoria e prudência, desvendando-nos o mistério da sua vontade,
segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na
dispensação da plenitude dos tempos, todas as cousas, tanto as do céu como as
da terra; nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados
segundo o propósito daquele que faz todas as cousas conforme o conselho da sua
vontade, a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão
esperamos em Cristo; em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da
verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados
com o Santo Espírito da promessa; o qual
é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da
sua glória”.
ELEIÇÃO:
UMA DOUTRINA BÍBLICA
“Se
não houvesse outro texto na palavra sagrada, exceto este, eu penso que
todos seríamos obrigados a receber e reconhecer a verdade desta grande e
gloriosa doutrina da antiga escolha de Deus, de Sua família. Mas, parece que há
um inveterado preconceito na mente humana contra esta doutrina, e embora a
maioria das outras doutrinas sejam recebidas por cristãos professos, algumas
com precaução, outras com prazer, contudo, esta parece ser mui freqüentemente
desconsiderada e mesmo descartada. Em muitos de nossos púlpitos, seria
reconhecido como grande pecado e alta traição pregar um sermão sobre eleição,
porque eles não poderiam fazer o que chamam de discurso ‘prático’. O que quer
que Deus tenha revelado, Ele o fez com um propósito. Não há nada na Escritura
que não possa, sob a influência do Espirito Santo, tornar-se um discurso
prático: pois ‘toda escritura é dada por inspiração de Deus, e é proveitosa’”.
Com
estas palavras Charles Spurgeon começou o seu famoso sermão sobre a doutrina da
eleição. Nós devemos começar onde ele começou – com a lembrança de que esta é
uma doutrina bíblica. As Escrituras falam de “eleição” e
“predestinação.” Elas usam exatamente estas palavras; os termos não são
invenção da mente humana. Howard Hageman escreveu, “Eu nunca fui capaz de entender porque esta doutrina, que tem ocupado um
lugar central no pensamento cristão ao longo dos séculos, deveria ser rotulada
de Calvinismo, como se João Calvino a tivesse concebido e seus discípulos
fossem os únicos que tivessem levado a sério a doutrina da predestinação.” Talvez possa lhe interessar saber que à
doutrina da eleição tem sido dado status de credo por várias denominações, como
a Igreja Católica Romana, a Igreja Anglicana, a Igreja Luterana, a Igreja
Episcopal, a Igreja Metodista, e a Igreja Batista, bem como a Igreja
Presbiteriana. Mas realmente, isto vai além do ponto. Autoridades humanas não
importam neste caso, sejam contra ou a favor – a questão é simplesmente esta: A
Bíblia ensina a doutrina da eleição? A resposta é “Sim.”
Entretanto,
com Spurgeon, devemos ao mesmo tempo lembrar-nos a nós mesmos de que esta é uma
doutrina sobre a qual pesa muito preconceito. Para usar suas
palavras: “Há um inveterado preconceito na mente humana contra esta doutrina”.
E de fato há. Talvez você tenha preconceito contra esta doutrina. Talvez você
não goste dos termos “eleição” e “predestinação”. Talvez até mesmo o som
daquelas palavras causem em você uma sensação de desconforto. Mas,
desconfortável ou não, esta doutrina pertence ao inteiro conselho de Deus, o
qual eu estou comissionado a pregar e você comissionado a atender.
Com
Spurgeon devemos nos lembrar de que esta é uma doutrina abençoada. Os frutos
resultantes de um honesto e sincero estudo desta doutrina são frutos
verdadeiramente gloriosos. Não é minha intenção ser provocativo, mas prático,
embora, sem dúvida, minha abordagem prática possa provocar alguns de vocês. Não
obstante, é meu desejo, em oração, que este estudo seja usado para enriquecer
nossas vidas, e ampliar nossa visão de Deus; aumentar nosso senso de
dependência Nele. Se isto não for prático, então o que será?
Com
este breve preâmbulo, vamos examinar o mistério desta doutrina, o significado
desta doutrina, a mecânica desta doutrina, e finalmente as idéias equivocadas a
respeito desta doutrina.
Primeira parte do artigo publicado na Revista Os Puritanos 02 de 2003 -Truth
for Life. Series Editor. J. Lingon Duncan
III, Ph.D.
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