Até o ano 800 d.C. a
doutrina da ceia do Senhor permaneceu pura, e tudo concernente a esse
sacramento referia-se tão somente à sua administração, a relação entre o sinal
e a matéria significada, e a eficácia de seu selo. Contudo, daquele tempo em
diante, houve um gradual desvio da verdade, e os fundamentos para a mais
abominável idolatria foram lançados.
Os papistas
integralmente negaram a função da ceia do Senhor como selo, desde que começaram
a considerar o pão e o vinho como corpo e sangue do Senhor, e assim o próprio
Cristo. Além do mais, eles também defendem que cada participante, com sua boca
física, participam do Cristo pleno em Sua carne ― quer dizer, Deus e homem,
como foi nascido de Maria e crucificado no Gólgota — e digerem-no
corporalmente.
Para dar aparência de
veracidade, eles sustentam que, o padre, ao realizar a missa — resmungando sob
sua respiração as palavras, "Isto é o meu corpo”, transforma o pão e o
vinho na própria essência natural do corpo e do sangue de Cristo, (Sua alma e
Sua divindade inclusas), e assim criam um deus a partir daquele pedaço de pão.
Conseqüentemente, serão trazidos à existência tantos Cristos quanto houver
hóstias sobre as quais se resmunguem aquelas palavras.
Ainda não satisfeitos
com isto, eles transformam a ceia do Senhor em um sacrifício, não de louvor ou
gratidão, mas como um sacrifício expiatório no sentido literal da palavra.
Assim, ninguém tem o perdão dos pecados pelo sofrimento de Cristo a menos que o
corpo de Cristo seja diariamente partido e sacrificado por eles. Eles não ousam
dizer que o sangue de Cristo é derramado diariamente; mas, desde que o corpo de
Cristo está sendo partido, é necessário que Seu sangue seja também derramado.
Eles partem a hóstia — que para eles é Cristo ― sem que Cristo em Si mesmo seja
partido. Como pode a hóstia ser partida, contudo sem que o corpo de Cristo seja
partido, se a hóstia é o próprio Cristo? A isto eles chamam missa, na qual o
celebrante (a quem eles chamam padre) permanece ante uma mesa (que eles chamam
de altar) decorada com prata, ouro e outras ostentações físicas, e com imagens,
cruzes, e velas acesas (até mesmo em plena luz do dia). Além do mais, o padre
realiza muitas cerimônias grotescas e cômicas como remover um livro de um lugar
para outro, ajoelhar-se, emborcar pedras repetidas vezes, fazer barulhos com
sinos, e um resmungo por trás de suas vestes que ele levanta de trás de si. Ao
fim de tudo, ele faz originar de sua hóstia um Cristo, que é um deus, o qual
ele levanta acima de sua cabeça e mostra para todos os presentes com o
propósito de ser adorado. Isto ele faz enquanto dobra os joelhos e sussurra baixinho,
palavras com grande reverência. Depois que o deus-pão tem sido adorado, o padre
o parte em pedaços, com uma simulação de membros trêmulos ― como se estivesse
aterrorizado. Depois ele o come, sobre o qual esvazia a taça com uma só golada,
tendo transformado o vinho no sangue de seu deus. Isto é um sacrifício para o
perdão dos pecados, seja para os vivos ou para as almas no purgatório, as quais
são fortalecidas por isto. Depois de concluído, ele declara ita missa est.
Eles sempre têm em suas
mãos um suprimento do tal criado
deus-pão. Esses mini deuses comestíveis são enclausurados em um
vidro, e ocasionalmente carregados pelas ruas com grande pompa, sendo todo
mundo obrigado a se ajoelhar diante desses deuses e adorá-los. Eles carregam
diariamente esses deuses, tendo sido adorado pelo caminho, entregando aos
enfermos os quais engolem o deus-pão como sua última refeição, ou, incapazes de
fazer isso, o vomitam dentro de uma bacia com água, e ali jaz o seu deus.
Eles pronunciam o anátema ― uma maldição tão poderosa que deve ser temida tanto quanto o seu deus-pão ― sobre aqueles que não acreditam nisso, e que nunca se curvarão diante do tal deus nem o honrará de nenhuma forma. Ainda não satisfeitos em pronunciar o anátema, eles matam e, por meio de milhares de diferentes métodos de tortura, trazem ao seu fim todos os que não desejaram honrar a este deus-pão, nem se juntaram à comissão dessa abominável idolatria. Assim, a grande prostituta da Babilônia com todos os seus canibais e ébrios de sangue têm se embriagado com o sangue dos santos mártires.
Eles pronunciam o anátema ― uma maldição tão poderosa que deve ser temida tanto quanto o seu deus-pão ― sobre aqueles que não acreditam nisso, e que nunca se curvarão diante do tal deus nem o honrará de nenhuma forma. Ainda não satisfeitos em pronunciar o anátema, eles matam e, por meio de milhares de diferentes métodos de tortura, trazem ao seu fim todos os que não desejaram honrar a este deus-pão, nem se juntaram à comissão dessa abominável idolatria. Assim, a grande prostituta da Babilônia com todos os seus canibais e ébrios de sangue têm se embriagado com o sangue dos santos mártires.
Esta é a abominação do
anti-Cristianismo. A grande ilusão de acreditar em mentiras, a qual Deus envia
a todos aqueles que não acolheram o amor da verdade para serem salvos, (II Ts
2:10-11).
Aqueles que não querem
ser eternamente condenados devem se abster dessa terrível forma de idolatria, e
deveriam morrer mil mortes, a negar a Cristo e ser um participante da sua
idolatria ― para ir com eles para o lago de fogo preparado para os idólatras....
“Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos,
aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras, e a todos os mentirosos, a parte
que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda
morte”. (Ap 21:8)
____________
Extraído do livro “The
Christian’s Reasonable Service”, Wilhelmus à Brakel, vol.2, p. 535, 536, Soli
Deo Glória, Ligonier-PA,USA,1993.
8 comentários:
Estou pra ver caricatura mais absurda do que a do texto em tela. Fora os inúmeros erros e desconhecimentos do autor.
Cara Juliana, seria importante apontar os erros e desconhecimentos do autor.
Muito bom o texto, mas gostaria de tirar algumas dúvidas:
Todos, sem exceção, que participam dessa prática realmente serão condenados? Não seria este um tema de grande importância, porém, secundário? Será que Lutero foi condenado por acreditar na transubstanciação? . Irmãos, acredito que são perguntas importantes e vão colaborar com o belo texto escrito. Abraços.
Prezado Renan, o texto é, de fato, de grande importância, mas não secundário; afinal é o novo pacto no sangue do Senhor (I Co 11:25), e quem dele participa indignamente é réu do Seu corpo e sangue (v.27). O texto condena a idolatria da missa, não outra coisa. Lutero, após conversão, não cria e não praticava a idolatria papal, ele a abandonou. Embora equivocado, ele cria na consubstanciação.
Certo, compreendi. Coloquei a pergunta se referindo a condenação dos homens e de Lutero, ao invés de colocar a condenação da prática idólatra da missa, pois o texto no ultimo parágrafo diz: "Aqueles que não querem ser eternamente condenados devem se abster dessa terrível forma de idolatria".
Então, "Aqueles...devem se abster dessa terrível forma de idolatria".
Sou reformado de carteirinha e concordo com quase tudo do texto acima, mas, justiça seja feita. A missa não foi inventada no séc.8, mas, na verdade na era patrística. agostinho mesmo já pregava essa abominação:E a Escritura diz-me, a terra é o meu escabelo. Hesitando, eu me viro a Cristo, uma vez que eu estou aqui procurando Ele próprio: e descubro como a Terra pode ser adorada sem impiedade, e como o escabelo de seus pés pode ser adorado sem impiedade. Pois Ele tomou sobre Si terra da terra; porque a carne é da terra, e Ele recebeu a carne da carne de Maria. E PORQUE ELE ANDOU AQUI NA PRÓPRIA CARNE, E QUE DEU A PRÓPRIA CARNE, PARA NOS COMERMOS PARA NOSSA SALVAÇÃO, E NINGUÉM COME ESSA CARNE, A MENOS QUE TENHA ADORADO PRIMEIRO: descobrimos em que sentido tal um escabelo de nosso senhor pode ser adorado, E NÃO SÓ ISSO, NÃO PECAMOS EM ADORAR, MAS QUE PECAMOS EM NÃO ADORAR..” (Sobre o Salmo 98, 8). Veja por exemplo:http://www.apologistascatolicos.com.br/index.php/patristica/estudos-patristicos/639-a-doutrina-eucaristica-de-santo-agostinho
Se Agostinho ensinava a transubstanciação,tal como o "anónimo" afirma, e esta fosse tão evidente, explique-nos então por que só em 1214,no IV concílio de Latrão é que a Igreja Romana reconheceu e definiu , por fim, este dogma.Acresce a isto que a Igreja Ortodoxa Oriental nunca reconheceu formalmente esta definição conciliar de Roma.
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